terça-feira, 6 de abril de 2010

Tristeza não é depressão


“Doutor! Acho que estou com depressão.”
Essa talvez seja uma das frases mais ouvidas pelos profissionais que lidam com a saúde mental na contemporaneidade. Entretanto, ao realizarmos o exame do estado mental percebemos uma distorção entre patologia e sentimento.
Depressão é um termo que está na moda. De uma hora para a outra, esta palavra caiu no agrado popular e passou a ser usada para classificar toda e qualquer pessoa que enfrenta um momento de tristeza.
Há, entretanto, grandes diferenças entre tristeza e depressão, pois enquanto a primeira é sinal de saúde, a segunda é sinônimo de doença.
A tristeza é um sentimento momentâneo, considerado saudável e até importante para o desenvolvimento humano. Ajuda na elaboração das perdas, ou sofrimentos ocasionais. As pessoas atingidas pela ocorrência de perdas do emprego ou de entes queridos atravessam uma fase de sofrimento e angústia, que pode se prolongar por um determinado período de tempo (cerca de 2 meses), mas esse quadro vai se atenuando e paulatinamente a vida vai retomando o ritmo normal. Com o avanço dos remédios anti-depressivos, a tristeza tornou-se um sentimento evitável e a cada dia cresce o número de pessoas que procuram tomar medicação para superar os momentos difíceis da vida. O ideal, entretanto, não é fazer a tristeza desaparecer com o uso de remédios. Isto porque, como já fora ressaltado, a tristeza não é uma doença e, sim, uma reação normal frente a uma situação de perda, decepção ou frustração.
Agora, se a tristeza não passa, e começam a surgir sentimentos de apatia, indiferença, desesperança, perda de concentração, ganho excessivo de peso, dores pelo corpo e mostrar-se mais ansioso ou irritado do que o normal, saiba que estes são sintomas claros de depressão. Os sintomas podem aparecer ou desaparecer de maneira sutil e quase imperceptível, mas é importante saber que eles podem voltar e depressão é doença séria e assim deve ser tratada. A depressão é uma doença recorrente e crônica. As causas deste mal não são bem conhecidas e acredita-se que fatores genéticos e ambientais (perdas e eventos estressantes) influenciem o desencadeamento do problema. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde calcula-se que cerca de 20% da população mundial enfrentará esse problema em um dado momento da vida. A doença atinge crianças, adolescentes e adultos, sendo verificada uma incidência duas vezes maior em mulheres na faixa dos 20 aos 40 anos. Assim, o tratamento da depressão requer uma combinação de terapias medicamentosas e psicológicas, e ao suspeitar do problema, recomenda-se que o indivíduo procure imediatamente um psiquiatra ou psicólogo para diagnosticar o quadro.

1 comentários:

Ben Hansen disse...

A depressão assintomática é uma doença mental grave que pode ser mais prevalente do que anteriormente se supunha. Neste artigo, apresentamos a hipótese de que os pacientes que se sentem assim também devem ser tratados como doentes mentais.

A Depressão Assintomática: uma epidemia oculta e vasto mercado inexplorado

Instituto Bonkers por Quase Genuíno Investigação
www.bonkersinstitute.org

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